Artigo publicado em 2022 na edição especial “Investigating the Dark Side of Human–Computer Interaction” do periódico Aslib Journal of Information Management (ISSN: 2050-3806).
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PARA CITAÇÃO
GONZATTO, Rodrigo F.; VAN AMSTEL, Frederick. M. C. User oppression in human-computer interaction: a dialectical-existential perspective, Aslib Journal of Information Management, Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print. 2022. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/AJIM-08-2021-0233>.
Gonzatto, Rodrigo F. and van Amstel, Frederick M.C. (2022), “User oppression in human-computer interaction: a dialectical-existential perspective“, Aslib Journal of Information Management, Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print. https://doi.org/10.1108/AJIM-08-2021-0233
PONTOS-CHAVE
- Revisamos vários estudos críticos em IHC, Design de Interação, Informática e Computação que apontam problemas relacionados ao conceitos de usuário. Identificamos como essas críticas indicam uma relação de opressão na interação humana mediada por computadores
- Analisamos teorias sobre usuários em IHC e observamos uma lacuna quanto a caracterização desses como grupo social, que considere-os sob a chave de seres que produzem e se desenvolvem
- Utilizam a metodologia de conceptual paper para oferecer contribuição teórica. Para tal, utilizamos a teoria dialética da existência (também nomeada perspectiva dialético-existencial em IHC) para analisar o conceito de usuários em IHC. Utilizamos as ideias (produção da existência, amanualidade, opressão, etc) de Álvaro Vieira Pinto, Paulo Freire e Augusto Boal sobre opressão e ontologia do ser humano para conceber usuários pela perspectiva dialético-existencial
- Caracterização a especificidade da opressão mediada por computadores, pois artefatos digitais podem ser opressivos, mas não opressores: servem à finalidade de oprimir, mas não são a causa origina da opressão, que encontra-se nas relações humanas. Vemos como a história da concepção e produção social da existência de usuários revela
- Denominamos como usuarismo uma operação ideológica que busca naturalizar a opressão dos usuários como uma divisão do trabalho “inevitável” do trabalho em torno das tecnologias digitais, como se o não-desenvolvimento de um domínio das tecnologias necessárias para sobreviver fosse o único modo viável de produzir computares na sociedade
- O userismo consiste em negar, subestimar, prevenir, bloquear e explorar a amanualidade, a capacidade de utilizar os recursos em seu entorno para se desenvolver, de pessoas consideradas usuárias de tecnologias computacionais. E deste modo, produz e produz a ideia de usuários como pessoas que cuja capacidade criativa e produtiva invisibilizada, menosprezada ou cerceada.
- Recomendamos lidar com o termo “usuário” como uma categoria política, que serve à denúncia crítica mas também a resistência. E outras estratégias de investigação engajada junto aos chamados “usuários”
ABSTRACT
- Purpose: This research theorizes the condition of human beings reduced to being users (and only users) in human-computer interaction (HCI), a condition that favors them becoming objects or targets of commercial dark patterns, racialized profiling algorithms, generalized surveillance, gendered interfaces and heteromation.
- Design/methodology/approach: The reconceptualization of the users’ condition is done by confronting HCI theories on users with a dialectical-existential perspective over human ontology. The research is presented as a conceptual paper that includes analyzing and revising those theories to develop a conceptual framework for the user oppression in HCI.
- Findings: Most HCI theories contribute to the user oppression with explicit or implicit ontological statements that denies their becoming-more or the possibility of users developing their handiness to the full human potential. Put together, these statements constitute an ideology called userism.
- Social implications: HCI needs to acknowledge its role in structuring oppression not just in sexism, racism, classism and ableism, but also the specific relation that pertains to HCI: userism. Similar to other fields, acknowledging oppression is the first step toward liberating from oppression.
- Originality/value: The user is an existential condition for HCI theories, yet few theories can explain in depth how this condition affects human development. From the dialectical-existential perspective, the user condition can be dehumanizing. Computers may intensify existing oppressions through esthetic interactions but these interactions can be subverted for liberation.
- Keywords: Users, Human-Computer Interaction, Oppression, Ontological design, Social justice informatics, Userism
SUMÁRIO
1. Introduction
2. Research method
3. Current theories of users in HCI
4. The dialectical-existential perspective over users
4.1 Oppression as an existential-dialectical relation
4.2 Computer-mediated oppression
5. Denouncing userism
6. Conclusions and outline for future research