Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto: desenvolvimento situado de técnicas, conhecimentos e pessoas

Artigo publicado no dossiê especial “Dossiê: Passado, presente e futuro das tecnologias na Educação” periódico Educação Unisinos, volume 20, número 3, de 2016.

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PARA CITAÇÃO

GONZATTO, Rodrigo F; MERKLE, Luiz E . Amanualidade em Álvaro Viera Pinto: desenvolvimento situado de técnicas, conhecimentos e pessoas. Educação Unisinos (Online), v. 20, p. 287-296, 2016. Disponível em <http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/11577>.

RESUMO 

Resumo: Neste artigo, discutimos o desenvolvimento de pessoas, conhecimentos e técnicas pela noção de amanualidade, de Álvaro Vieira Pinto. Amanualidade é um conceito da relação entre consciência e realidade, que entende o existente humano como ser que se constitui ontologicamente com os objetos que possui “à mão”. As pessoas produzem a si mesmas pelo trabalho e, ao produzir para si a materialidade de seus mundos, gradualmente desenvolvem relações mais elaboradas. O amanual é construção sócio-histórica, situada, sempre, em processo dialético de (re)elaboração, a partir dos quereres de cada sociedade, perante suas realidades. O grau zero enfatiza esse ponto, não definindo indivíduos pela ausência, mas pela diversidade de saberes e fazeres que possuem. Indicamos tal conceito para a problematização de fundamentos em Tecnologia e Educação, para uma compreensão horizontal das técnicas, que contemple a não contemporaneidade de conhecimentos e habilidades entre diferentes grupos sociais.

Palavras-chave: amanualidade, tecnologia, educação.

Abstract: This paper discusses the development of people, knowledge and techniques by the notion of handiness of Álvaro Vieira Pinto. Handiness is a concept of relationship between consciousness and reality, which understands the existing human being as a being that produces himself ontologically with objects that are “ready-to-hand.” People produce themselves by work and by producing for themselves the materiality of their worlds, they gradually develop more sophisticated relationships. Handiness is a socio-historical framing, always situated in dialectical process of (re)elaboration from the desires of each society, towards their realities. The zero degree emphasizes this point, not defining individuals by the absence, but by the diversity of knowledge and practices that they have. We indicate this concept to the problematization of fundamentals in Technology and Education, to a horizontal understanding of the techniques, which includes the non-contemporaneity of knowledge and skills among different social groups.

Keywords: handiness, technology, education.