Já conheci várias pessoas com um sentimento em comum ao finalizarem seus cursos de graduação: me formei – e agora? Parte disso se dá pela sensação de incompletude ao concluir a graduação, o que não é de todo mal. Se, de um lado, existem as críticas que apontam a má formação oferecida, também é de se esperar que os cursos, mesmo ao final de 4 anos, não deem conta de apresentar para uma pessoa todas as especificades de uma área de conhecimento. Há sempre mais o que aprender.
Eu mesmo, por exemplo, comecei uma pós-graduação antes de terminar minha graduação. Isso me permitiu desviar um pouco da área que estava estudando, para direcionar os estudos para algo que realmente me interessava.
Os cursos de pós-graduação dividem-se em dois tipos:
- lato-sensu: as chamadas “especializações” e MBAs. Geralmente são de curto período (1 a 2 anos, sempre com no mínimo 360 horas) e são buscadas por quem quer dar um drift na carreira, ter um diploma que o habilite em um campo novo (sem precisar fazer uma nova graduação). É uma alternativa também para quem quer manter “atento” às novidades da área e para estabelecer um bom networking.
- stricto-sensu: onde encontram-se os conhecidos mestrados (2 anos) e doutorados (4 anos). O foco é na formação científica (formar pesquisadores) e são pós-graduações “acadêmicas” (o que, infelizmente, no Brasil, ainda significa “virar professor). Há também os mestrados profissionais, que aos poucos tem crescido a oferta.
Eu concluí um sticto-sensu, pelo Instituto Faber-Ludens/Fisam/UnC e atualmente estou cursando um lato-sensu, o mestrado em Tecnologia e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPPGTE) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Curitiba.
Para encontrar cursos, existe o buscardor de Cursos, Mestrados e Pós-graduação no Brasil, o Educaedu. Basicamente, é uma ferramenta que busca com informações categorizadas de oportunidades de cursos educacionais (graduação, mestrado, concursos, etc) que pode ser muito útil. Como já disse, a oferta de cursos tem crescido, e é essencial que a escolha de um curso seja criteriosa…
Se você já tem em vista alguns cursos, mas sua dúvida é se os cursos são bons ou não, recomendo o seguinte: não dê taaaanta importância para o que o curso diz de si mesmo, pois sempre será ‘muito bom’. Claro, não menospreze, pois a descrição da proposta de um curso ajuda a entender onde o curso deseja se posicionar no mercado e dentro das ciências. Entretanto, dê muiiiita atenção à:
- quem são os professores e professoras, ou seja, qual o curriculo (veja: linkedin, site pessoal, lattes, o que já escreveram, se tem vídeos, etc) onde mais dão ou deram aulas, o que já fizeram;
- a opinião de ex-alun@s: não tenha medo e mande mensagens para ex-alunos e ex-alunas pedindo informações sobre o curso, os pontos fortes e pontos fracos. Comece um papo bem franco e, de preferência, fale com o máximo de pessoas possíveis e com alunos de turmas de anos diferentes (pode variar muito a experiência que uma turma de um ano teve para o ano seguinte);
Na hora de escolher uma pós-graduação, é legal que você avalie os seguintes fatores:
- objetivo/finalidade: melhorar na sua carreira? aprimorar os estudos? quer ser professor? quer ganhar mais no trabalho? quer fazer networking? quer voltar aos estudos? ter um título antes do nome? um diploma? é importante saber o que te motiva a buscar uma pós-graduação, para saber o seu…
- tesão: tem certeza de que você vai começar e, depois, terminar o curso? Você tem curiosidade ou precisa fazer uma pós-graduação? Se está insatisfeito com sua área atual, já tentou fazer mini-cursos, ir em palestras e eventos de outras áreas antes de pensar em fazer uma pós nessa nova área?
- disponibilidade de tempo: se não tiver tempo para ler (e muito) vai ser difícil manter o ritmo de um mestrado. Fora que a seleção é bem mais difícil. Pode ser frustrante esperar e planejar o ano para começar com um mestrado e simplesmente não passar na seleção. Enquanto as especializações costumam ter aulas a noite ou em finais de semana, no mestrado as aulas podem ser durante a semana, de manhã, tornando quase inconciliável manter-se em alguns empregos, o que nos leva a segunda questão…
- disponibilidade de grana: dá para pagar o curso? Será que vale a pena fazer aquele curso em outra cidade, ou vai ficar fora do orçamento? Bem, a não ser que faça em uma universidade pública ou consiga uma bela bolsa (ou os dois) uma das questão que mais “pegam” é o dilema: fazer uma pós-graduação vai me trazer benefícios que não conseguiria de outras formas? Bem, não é fácil… para isso, reveja os pontos anteriores (objetivo, tesão, disponibilidade…)
Em qualquer caso, verifique a procedência do curso, converse com pessoas que já o concluíram, busque os professores e o coordenador do programa.
Para o mestrado, em especial, recomendo buscar uma oportunidade para ser aluno especial ou aluno ouvinte do curso que deseja, participar de grupos de estudos do programa de pós-graduação, relacionados ao seu tema de interesse, assistir apresentação de bancas, ou seja, se aproximar do programa de pós-graduação e entende-lo. Ainda mais importante, é conhecer a fundo quem você está mirando para te orientar: o que escreveu (artigos, tese, dissertação), trajetória acadêmica, quais as linhas, autora/es e interesse de pesquisa atualmente, quem está orientando e quem já orientou. O currículo lattes do orientador ou orientadora que você gostaria de ter é um ótimo mapa para orientar nessa ‘investigação’ 🙂
[Este é um post com link patrocinado. Aceitei realizá-lo pois o tema (mestrados e pós-graduação), achei interessante a proposta do buscador Educaedu Brasil e considerei pertinente ao blog. Deixe nos comentários sua avaliação sobre o post e se também considera – ou não – relevante]