Colonialidade do fazer no Design: corpo e dicotomia entre trabalho manual e intelectual

Artigo apresentado e publicado em 2024 nos anais do evento: IV Colóquio de pesquisa em Design e Arte: arte, design, (re)invenção política e transformação social.

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PARA CITAÇÃO

SAITO, Carmem; GONZATTO, Rodrigo Freese; VAN AMSTEL, Frederick M. C. Colonialidade do fazer no Design: corpo e dicotomia entre trabalho manual e intelectual. In: Anais… IV Colóquio de pesquisa em Design e Arte: arte, design, (re)invenção política e transformação social, Fortaleza, CE, 2024. <http://dx.doi.org/10.29327/1397816.4-4>.

RESUMO

Colonialidade do fazer são processos ideológicos, culturais, políticos e mercadológicos que operam para identificar, categorizar e hierarquizar diferentes práticas do fazer, de modo a priorizar os fazeres de interesse do Norte Global, frente aos fazeres do Sul Global. Essa colonialidade perpassa o Design, quando este reproduz uma divisão geopolítica entre projetar e fazer, típica do colonialismo. Trata-se de uma relação opressiva na qual nações desenvolvidas projetam a si mesmas a partir dos fazeres das nações subdesenvolvidas. Neste artigo, exploramos o potencial analítico da colonialidade do fazer em casos de design de moda, design de interação e design gráfico. A análise se dá no contexto de uma aula sobre o tema no curso internacional “Designs of the Oppressed”, oferecido pela rede Design & Opressão em 2022. Identificamos como a colonialidade do fazer ajuda a evidenciar a corporeidade de quem faz o fazer, produzindo e usando, assim como contribui no debate sobre a diferença colonial entre trabalho manual/intelectual nas práticas de design. Como ferramenta analítica e crítica em design, a colonialidade do fazer pode inserir o Design de maneira engajada na crítica dos modos hegemônicos de produção a das suas relações de poder.

RESUMEN

La colonialidad del hacer se refiere a los procesos ideológicos, culturales, políticos y de marketing que operan para identificar, categorizar y jerarquizar diferentes prácticas de hacer con el fin de priorizar los haceres de interés para el Norte Global sobre los haceres del Sur Global. Esta colonialidad impregna el diseño cuando reproduce una división geopolítica entre diseñar y fabricar, típica del colonialismo. Se trata de una relación opresiva en la que las naciones desarrolladas diseñan y se fabrican a sí mismas a partir del trabajo de las naciones subdesarrolladas. En este artículo exploramos el potencial analítico de la colonialidad de la fabricación en los casos del diseño de moda, el diseño de interacción y el diseño gráfico. El análisis tiene lugar en el contexto de una clase y debate sobre el tema en el marco del curso internacional “Diseños de los oprimidos” que tuvo lugar en 2022. Identificamos cómo ayuda a resaltar la corporeidad del quien hace el hacer, produciendo y utilizando, así como a contribuir al debate sobre la diferencia colonial entre el trabajo manual/intelectual en las prácticas de diseño. Como herramienta analítica y crítica del diseño, la colonialidad del hacer ayuda y posiciona la crítica de los modos de producción hegemónicos y sus relaciones de poder, contribuyendo a problematizar las bases epistemológicas y ontológicas del hacer del diseño.

SUMÁRIO

1. Introdução
2. Automação e trabalho manual/intelectual
3. Usuarismo
4. Redes, Antropofagia e estética Sul-Sul
5. Discussão
6. Considerações finais