Artigo publicado em 2024 no periódico Práxis Educativa.
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Esse artigo é resultado de 2 anos de pesquisa, realizada durante estágio pós-doutoral que fiz sobre supervisão de Edla Eggert no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS. Porém, a pesquisa tem como origem questionamento da profa. Edla Eggert, em 2015, quando convidou Luiz Ernesto Merkle e eu para falarmos de Álvaro Vieira Pinto na Unisinos, e, ao perguntar quem foi Maria, não soubemos responder. Quase dez anos depois, essa questão agora possui alguns rastros biográficos mapeados. A hermenêutica feminista foi a direção metodológica de pesquisa. A investigação teve como base a pesquisa documental do Arquivo Nacional, além de outros acervos, jornais, cartórios, e a ajuda de muitas pessoas que ajudaram a tirar dúvidas e orientar a pesquisa.
PARA CITAÇÃO
GONZATTO, Rodrigo Freese; CAMPAGNARO, Sara; EGGERT, Eggert. Maria Apparecida Fernandes Vieira Pinto, escriturária e exilada política: hermenêutica feminista de rastros biográficos. Práxis Educativa, [S. l.], v. 19, p. 1–29, 2024. DOI: 10.5212/PraxEduc.v.19.23300.082. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/23300
Gonzatto, R. F., Campagnaro, S., & Eggert, E. (2024). Maria Apparecida Fernandes Vieira Pinto, escriturária e exilada política: hermenêutica feminista de rastros biográficos. Práxis Educativa, 19, 1–29. https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.19.23300.082
RESUMO
Maria Apparecida Fernandes Vieira Pinto (1911-1997) foi servidora do Ministério da Educação e Cultura (MEC), secretária geral do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e enfrentou a perseguição da Ditadura Militar, que a levou ao exílio na Iugoslávia e no Chile junto a seu marido, o filósofo e educador Álvaro Vieira Pinto. Este artigo reúne indícios, por meio da pesquisa bibliográfica e documental, que permitem delinear uma biografia inicial de Maria Apparecida, apresentando algumas análises com base na hermenêutica feminista. Conclui-se que a trajetória de Maria é marcada pelo trabalho, no secretariado e na datilografia, em especial dos escritos de Vieira Pinto, bem como nos cuidados para a manutenção da vida do marido, além das interações que vivenciou com uma parcela importante da intelectualidade brasileira, figuras públicas dos ideais educacionais nos anos 1960-1970. Por fim, a história das mulheres é problematizada para estudos posteriores no campo das Ciências Humanas
RESUMEN
Maria Apparecida Fernandes Vieira Pinto (1911-1997) fue funcionaria del Ministerio de Educación y Cultura (MEC), secretaria general del Instituto Superior de Estudios Brasileños (ISEB) y enfrentó la persecución de la Dictadura Militar, que la llevó al exilio en Yugoslavia y Chile junto a su marido, el filósofo y educador Álvaro Vieira Pinto. Este artículo reúne evidencias, por medio de investigación bibliográfica y documental, que permiten esbozar una biografía inicial de María Aparecida, presentando algunos análisis con base en la hermenéutica feminista. Se concluye que la trayectoria de Maria está marcada por el trabajo, en el secretariado y en la dactilografía, en especial de las escrituras de Vieira Pinto, así como en los cuidados para el mantenimiento de la vida del marido, además de las interacciones que experimentó con una parte importante de la intelectualidad brasileña, figuras públicas de los ideales educativos en los años 1960-1970. Por fin, la historia de las mujeres es problematizada para posteriores estudios en el campo de las Ciencias Humanas.
ABSTRACT
Maria Apparecida Fernandes Vieira Pinto (1911-1997) was a Public Federal employe in the Ministry of Education and Culture (MEC), general secretary of the Instituto Superior de Estudos Brasileiros(ISEB)[Advanced Institute of Brazilian Studies], and confronted persecution from the Military Dictatorship, which drove her into exile in Yugoslavia and Chile alongside her husband, the philosopher and educator Álvaro Vieira Pinto.This paper gathers evidence, through bibliographical and documentary research, that allows us to outline an early biography of Maria Apparecida, presenting some analysis based on feminist hermeneutics. The conclusion is that Maria’s career is marked by work, in secretarial and typingwork, especially of Vieira Pinto’s writings, as well as taking care of her husband, in addition to the interactions she experienced with an important part of the Brazilian intelligentsia, public figures of educational ideals in the 1960-1970s. Finally, women’s history is problematized for further studies in the field of Human Sciences.
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Hermenêutica feminista
3 Rastros biográficos de Maria Apparecida Fernandes
3.1 Trabalho no serviço público
3.2 Secretaria do ISEB
3.3 Relacionamento com Álvaro Vieira Pinto
3.4 Perseguição política
3.5 Refúgio e casamento
3.6 Exílio na Iugoslávia
3.7 Exílio no Chile
3.8 Dificuldades no retorno ao Brasil
3.9 Anistia e aposentadoria
3.10 Vida no Brasil pós-exílio
3.11 Últimos anos
4. Considerações finais
Agradecimentos
Referências