Comunidades imaginadas e classificações folcsonômicas como manifestações da Inter-culturalidade


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Este artigo foi apresentado por mim no TecSoc 2009 (III Encontro de Tecnologia e Sociedade) e escrito sob orientação de Frederick van Amstel. A apresentação aconteceu no GT de Design de Interação do III Simpósio de Tecnologia e Sociedade, promovido pelo PPGTE da UTFPR de Curitiba (PR), em 2009.

GT de Design de Interação no Simpósio de Tecnologia e Sociedade 2009.
GT de Design de Interação, em 2009.

O estudo aponta o que chamo de manifestações da interculturalidade segundo a definição do termo por Néstor Canclini. São considerações de como as ferramentas de comunidades imaginadas através de redes sociais online (como o orkut, o Facebook, o hi5, etc) e as classificações folcsonômicas através de Social Bookmarking (como o Delicious e as etiquetas/tags de blogs, flickr, Youtube e outros) podem estar emergindo como suporte necessário para construção de identidades na contemporaneidade, considerando os meios de comunicação como espaço de desenvolvimento destas.

Resumo: As comunidades virtuais e as classificações folcsonômicas podem ser analisadas como reflexo de uma mudança na forma de indivíduos lidarem com a cultura na contemporaneidade. Ambas são ferramentas disponíveis na internet e consideradas características da “Web 2.0”, termo que remete à mudança ocorrida no funcionamento da internet, em virtude da sociedade estar em transformação e acompanhando o desenvolvimento desta (Tim O’Reilly, 2005). Esta conjuntura pode ser analisada a partir da perspectiva de Inter-culturalidade de Néstor Canclini (2007), que propõe a existência de indivíduos com identidades formadas a partir da intersecção de diversos “retalhos” culturais de culturas variadas e desconexas. Em comunidades imaginadas, como o Orkut ou o Facebook, os usuários podem fazer parte de praticamente qualquer comunidade e, tal como na metáfora do Supermercado Cultural Global de Gordon Mathews (2000), diferentes culturas estão disponíveis para serem consumidas. Da mesma forma, a disseminação das classificações por folcsonomia sugere indivíduos que não se identificam com classificações fixas e regradas, como a hierarquia da taxonomia ou do sistema de pastas de organização em computadores. Já a disponibilização de informações públicas, típica das ferramentas da Web 2.0, vai de encontro com a observação de van Amstel (2007) de que nas grandes cidades as pessoas perdem a sensação de pertencimento com comunidades geograficamente localizadas e passam a buscar identificação com comunidades transnacionais, onde a participação na mídia globalizada representa conquista de espaço para afirmação de identidade perante seu grupo e a sociedade. Ao negar a identificação com uma comunidade massificada, o indivíduo procura uma identidade “única”, misturando elementos de diferentes culturas. Estas reflexões integram o projeto Conectando Conteúdos do Instituto Faber Ludens e propõe um estudo onde o paradigma da inter-culturalidade identificado por Canclini se apresenta como um modo de analisar a cultura na contemporaneidade, a partir do fenômeno das classificações folcsonômicas e comunidades imaginadas.

PARA CITAÇÃO

GONZATTO, Rodrigo F.; AMSTEL, Frederick M. C. van. Comunidades imaginadas e classificações folcsonômicas como manifestações da Inter-culturalidade. III Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade. Curitiba, 2009.

SEÇÕES DO ARTIGO

  1. Introdução
  2. Cultura em Movimento
  3. Globalização e as fronteiras da cultura na contemporaneidade
  4. Interculturalidade e Espaço Global
  5. Identidade do sujeito pós-moderno
  6. Meios de comunicação como Espaço Global de construção da identidade
  7. Ferramentas para expressão da identidade intercultural
  8. Comunidades imaginadas através de Redes Sociais online
  9. Classificações folcsonômicas através de Social Bookmarking
  10. Considerações finais